Sentado aqui, consigo contemplar tudo o que necessito.

Hoje não me apeteceu nada mais que isto. Vim para o meio do campo, larguei ali a a bicicleta e sentei-me na terra, trouxe o MP3 e cá me deixei ficar, tranquilo, em contacto com a essência. Por vezes a olhar para o céu azul, ora de olhos fechados a viajar, cá fiquei umas horas, na tranquilidade do que me caracteriza nas minhas fases calmas. Hoje deixei a intensidade de lado, ou melhor, nem por isso, já que faço tudo com uma intensidade avassaladora, só assim sei viver, a outra forma aborrece-me, é tudo demasiado enfadonho.

Esfreguei as mãos na terra, encostei a cabeça numa pedra e descansei.

Parei, respirei e vivi. Preciso de muita coisa, preciso de aprender outras tantas, mas seguramente que já aprendi muitas e secalhar a melhor de todas, foi mesmo aprender a viver tudo à minha maneira, seja bom, mau, indiferente, seja da forma que for.

Se o caminho não é este? Quase que aposto que é, mas caso não seja, há-de chegar a altura que me apercebo disso, mas seguramente que não terá sido um caminho em vão, até porque nada acontece por acaso.

Hoje sou uma pessoa mais completa do que fui, as pessoas a quem me vou dando, completam-me e ensinam-me algo, todos os dias, nas mais diversas circunstâncias, seja aquele senhor antipático, seja aquela senhora que nos cumprimenta com um alegre 'Bom Dia' e com quem passamos horas a falar, colegas de trabalhos, amigos, ex-amigos, relacionamentos, ex-relacionamentos, família, desconhecidos, tanta gente (...)

Caso não tivesse tido todas as experiências de vida que tive até hoje, hoje seria seguramente uma pessoa diferente, tenha sido bom ou mau, ficou cá e faz parte de mim e do que sou enquanto pessoa.

Agora que o frio já me começa a cortar na pele, está na hora de arrumar tudo, e seguir em direcção a casa, o dia terá de continuar (...)